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Jan06
EM BUSCA DO SUBSÍDIO PERDIDO...
jotaeme
Tenta "segurar" a casa pelos dois filhos
Foi trabalhar à noite por causa de um prémio que, há mais de três meses, deixou de receber. Cem euros a menos ao fim do mês "é muito dinheiro para quem ganha pouco" e a família de Hélio Silva, 31 anos, cantoneiro, já sentiu isso no Natal. "Menos prendas para os crescidos porque os pequenos não têm culpa". Há sete anos que vive "ao contrário da maioria", raramente acompanhando o sono dos seus dois filhos, que ficam, enquanto trabalha, entre as 20.30 e as três horas, com os avós paternos. De dia, o descanso é curto. Beatriz, de oito anos, e Marcelo, de seis, com dificuldades na fala, têm prioridade nos seus compromissos de homem que assume o papel de pai e mãe, após o divórcio. Tem, actualmente, como salário base, 523 euros, verba insuficiente perante as despesas. O pagamento do empréstimo pela casa, no Covelo, é o que mais o preocupa. "Não quero perder o apartamento. Vou tentar segurá-lo perante o banco pelos meus filhos. Mas o dinheiro encolheu e a prestação de 350 euros tornou-se maior", diz a família, também com limitações, que lhe vai valendo. "Mas há coisas que tenho de pagar regularmente. A luz, a água, o condomínio. E ainda por cima pedem-me, agora, que participe no arranjo do elevador do prédio. Terei de falar com os meus vizinhos. Tenho de dizer-lhes que não posso pagar agora. É uma vergonha, mas..." Hélio Silva tornou-se funcionário municipal há oito anos. Foi escolhido num concurso e começou por varrer ruas. "É um início de vida de que me orgulho. Fui lixeiro, sim senhor. Sabia bem passar por uma rua limpa por mim. Andar de vassoura na mão é tão digno como botar discursos". Depois, passou para recolha de lixo. Está hoje na recolha selectiva, um "trabalho cansativo e perigoso". "Ainda há dias, um colega picou-se numa seringa. Felizmente, não apanhou nada". Hélio afirma que "a política lhe faz arrepios", mas admite que a sua vida depende, "e muito", dos políticos. "Ainda acredito que o doutor Rui Rio vai pôr a mão na consciência e ceder".
PALAVRA DE HONRA QUE SINTO ÁS VEZES UMA REVOLTA TÃO GRANDE QUE CERTOS SNRS. QUE CONSEGUEM DESENCANTAR UM CASO DESTES DEVIAM IR PARA O TRONCO!
ENTÃO SÓ PASSADOS QUASE 20 ANOS É QUE REPARARAM QUE O SUBSÍDIO DE TURNO ERA ILEGAL? JÁ ANALISARAM BEM AS CONSEQUÊNCIAS DESTA VOSSA DECISÃO? E JÁ AGORA PARA QUANDO UMA RESPOSTA DEFINITIVA AOS TRABALHADORES DA C:M: DO PORTO?