O DIA 29 DE OUTUBRO, 1963…
Fez ontem cinquenta anos, em que esta data se me revelou de uma forma insólita e dolorosa! Ao início da tarde desse dia um colega meu vem ao meu encontro, perto de minha casa e diz-me de chofre as seguintes palavras: “Jorge o teu Pai morreu", entre o tom afirmativo e interrogativo.
Eu tive a imediata perceção de que algo não estava bem e disparei rumo a casa, onde pude confirmar a terrível noticia.
Uma perda que ainda hoje lamento, porque para mim, o meu Pai era o meu herói e porque perdeu a sua batalha pela Vida e Família aos 43 anos de idade de modo inglório. Mais tarde aquando da minha passagem pela Guerra Colonial em Angola, não pude contar-lhe em contraponto o que foi a minha experiencia, visto que ele também tinha lá permanecido nos anos de 1942/43 em plena da 2ª Grande Guerra, no serviço militar em defesa da soberania da então colónia portuguesa.
Ontem por infeliz coincidência um pequeno animal de estimação, “resolveu”, abalar deste mundo, (um Hamster de seu nome Mickey) que fazia as delícias da minha neta Catarina e mãe Andreia, com as suas brincadeiras. Eu alimentava-o muitas vezes e criei também uma ligação afetiva muito forte, pelo que senti a sua partida, mesmo sendo um pequeno ser do reino animal que muitos humanos desvalorizam, e se calhar tão cedo não o substituirei por um outro Hamster “novo”!
Estas minhas palavras têm apenas a intenção de realçar que os nossos afetos têm um leque muito alargado, a todos os outros seres vivos e aos já desaparecidos, que nos ajudam com os seus sinais e respostas, a fazerem de nós, pessoas melhores, melhores cidadãos!
E como precisamos cada vez mais de afetos nestes dias complexos que se vivem…